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Jovem de Itirapina vive “Avenida Brasil” da vida real

29/11/2012 10h13 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Jovem de Itirapina vive “Avenida Brasil” da vida real

 

Em meio ao descaso, brigas, injustiça, desrespeito e preconceito. Um jovem de apenas 22 anos de idade passar por isso e muito mais no local onde mora na cidade de Itirapina.

 

Dormindo no chão, sob um colchão que achou no Lixão de Rio Claro e em um quartinho improvisado no fundo do quintal da família que é localizado na Barroca local do antigo lixão da cidade sem ter com o que se alimentar ou se vestir. Tiago Martins Carolino da Silva vive na beira da miséria, no meio do mato entre cobras e lagartos, galinhas e mosquitos, lixo e mais lixos espalhados por todo o terreno. Sem ter um bom emprego, sai todos os dias para recolher reciclável pela cidade. Batendo de porta em porta e recolhendo tudo o que dá e é permitido, com uma renda que às vezes não chega a R$ 15, ele se sente prejudicado e humilhado pelos próprios familiares.

 “Minha mãe me xinga, diz para eu morrer, joga praga em mim, não tenho o que comer, durmo no chão e em um quartinho improvisado, ela nega comida, diz que não tem obrigação de me sustentar” salienta.

Deixou de estudar muito cedo, tinha o sonho de cursar uma universidade, mas por falta de motivação e pela humilhação sofrida só estudou até a quinta série. Já foi espancado foi parar o hospital, mas não denunciou o agressor por ficar com dó. Não teve uma infância legal era proibido de ir à calçada quando criança.

Com o pai já falecido, e na expectativa de mudança de vida, Tiago fez o que outros brasileiros já fizeram, ele foi tentar a vida na cidade grande, pegou uma bicicleta e foi até São Paulo. Na ansiedade da mudança, conheceu um pastor que o ajudou por alguns dias, mas as dificuldades eram muitas, com a ajuda do pastor, construiu um carrinho de mão e começou a catar reciclável, não dando certo, pegou a bicicleta e o carrinho de mão e voltou para Itirapina, voltou para a humilhação e descaso sofrido como ele mesmo relata.

“Fui buscar mudança, mas voltei e continuei sendo humilhado, não sei o que fiz para merecer isso, não aguento mais”.

Ainda pensando em mudar, fez uma nova aventura e foi para Minas Gerais, onde também não teve resultado e retornou. Hoje Tiago busca ajuda para sair da situação em que vive. Ele junta madeira para em um canto qualquer montar um barraquinho e viver sem a humilhação sofrida pelos entes querido. Diz já ter procurado ajuda, mas nunca foi atendido.

Durante esses dias, não tem trabalhado na coleta por estar reclamando de dores no corpo, mas já teria procurado um médico e tomado medicamentos. Com poucos amigos, ele se diz distante, para evitar o uso de entorpecentes, uma vez que já foi usuário de drogas.

Na Barroca onde mora, eu seu pequeno quartinho existe um rádio e o monitor de um computador que não é utilizado, fica de enfeite, ganhou um tênis para usar, mas que mal cabe em seu pé, dorme no colchão achado e se protege com uma coberta nos dias frios. Já correu perigo em seu quarto, uma vez que ao acordar encontrou uma cobra perto de onde dorme.

No mesmo local podem se encontrar outras famílias que vivem em situações parecida ou diferente, mas que todos moram em situações de risco, uma vez que o terreno é o antigo lixão, lixos, entulhos e até uma perna de um animal e decomposição foi encontrada. Um local precário onde famílias vivem em plena Avenida Brasil.

 

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