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Psicólogo dá dicas visando a saúde mental das crianças

11/10/2013 12h33 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Psicólogo dá dicas visando a saúde mental das crianças

Em mais uma reportagem comemorativa do Dia das Crianças, o Primeira Página conversou com um psicólogo infantil, abordando temas como a ansiedade, depressão, relações familiares, e a importância do cuidado, da atenção e de reforços positivos no desenvolvimento da saúde mental dos pequenos.

 Segundo o psicólogo Delmiro da Mata, a ansiedade, sintomas depressivos e angustia são situações cada vez mais percebidas em crianças: “Percebo que isso tem a ver um pouco com a forma que a sociedade se organiza atualmente”. E ele descreve essa organização:

“Os pais trabalham muito, não têm muito tempo para dar a devida atenção aos filhos, acompanhando suas rotinas”. E isso, segundo ele, em maior ou menor grau acaba por influenciar o comportamento das crianças, inclusive na escola.

Questionado sobre o modo como a ansiedade influencia a criança, ele explica: “A afeta como um todo. Temos casos de estresse infantil, alguma situação que está incomodando a criança e, com o passar do tempo, aquilo afeta seu humor, e conseqüentemente seu comportamento e rendimento escolar”.

Segundo o psicólogo, todas essas situações estão relacionadas com a dinâmica familiar: “E os pais acabam trazendo as crianças para fazer a psicoterapia porque ela acaba sendo, de certa forma, o bode expiatório da família. Se existe um problema entre a pai e a mãe, como adultos, eles são capazes de negar isso de alguma forma; e a criança, que acaba manifestando um mau comportamento, é que vai para o psicólogo”.

O carinho, o cuidado, a atenção, diz Mata, são de fundamental importância para a saúde mental das crianças: “Isso é muito mais importante do que um brinquedo novo, por exemplo. E os pais, nessa correria, acabam às vezes compensando a carência da criança com bens materiais”.

O psicólogo afirma que todo mundo tem como que um “tanque de amor que precisa ser cheio, e que só conseguimos encher com amor, que significa atenção e presença”, diz. Do contrário, explica, a carência afetiva vai se manifestar e afetar de alguma forma a criança do ponto de vista psicológico.

“Gosto da ideia de modelos educacionais. Percebo que muitos pais, resultado até da forma na qual a sociedade está organizada, educa, os filhos na base do reforço negativo, dizendo que se o filho não fizer tal coisa não vai ganhar isso ou aquilo”.

A orientação que ele dá aos pais é a de tentar usar um outro modelo, que é o do reforço positivo, que consiste em elogiar a crianças quando tiver um comportamento positivo: “Dar importância para aquilo, para que a criança perceba que aquele comportamento é bom”.  

 

Conseqüências do reforço negativo

Uma das conseqüências desse tipo de atitude, diz o psicólogo, é que a criança, internalizando a relação entre a atenção dos pais e as ações negativas, passa a ter um comportamento ruim para chamar para si essa atenção: “Não importa se por coisa boa ou ruim, a criança quer atenção. Se ela aprende por esse modelo é assim que ela vai agir. Elogie, dê parabéns, dê atenção sempre que a criança faz algo positivo”.

E quando fizer algo negativo? “Chame a atenção, mas não dê tanta importância e foco, pois ela pode aprender de forma errada”.  

 

Excesso de atividades

Questionado sobre os possíveis impactos do excesso de atividades na criança, o psicólogo diz: “Essa é uma questão que está muito em foco hoje e existem muitas discussões”.

Ele defende que embora seja claro que as crianças precisem ser estimuladas, é também importante que elas tenham tempo para ser crianças, para brincar: “Brincando também ela vai aprender”, afirma.

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