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A viola imortal – 21 anos sem o mestre Tião Carreiro

08/10/2014 12h24 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
A viola imortal – 21 anos sem o mestre Tião Carreiro

No mês de outubro, fãs relembram com saudade o autor de “Rio de Lágrimas”, música que fez com que Piracicaba e seu rio ficassem conhecidos em todo o Brasil.

“O rio de Piracicaba/Vai jogar água pra fora/Quando chegar a água/Dos olhos de alguém que chora…” (Tião Carreiro e Piraci)

Tião Carreiro (1934-1993) foi um homem reservado e que não gostava de televisão. Sua viola vibrante e o acento caipira de seu linguajar queriam mesmo era o calor do público. Uma atitude sincera de que não estava nem aí para dinheiro. Sua paixão era mesmo a música, que compunha quieto, tendo como companheira apenas uma garrafa de café, preparada pela mulher, sua outra inspiração. Foi com essa simplicidade que o mineiro de Montes Claros, que nasceu José Dias Nunes e morreu em 15 de outubro de 1993, de complicações da diabetes, eternizou a música raiz e tornou Piracicaba conhecida com “Rio de Lágrimas”, um de seus maiores sucessos.

O violeiro mais importante da história da música caipira, que fez dupla com Pardinho, gravou mais de 80 discos e foi até estrela de cinema –– participou do filme “Sertão em Festa”(1970), ao lado de Francisco do Franco ––tem incontáveis amigos e admiradores de seu trabalho. Foi justamente por eles e para preservar a memória do violeiro que sua família resolveu alavancar vários projetos, como a criação de um site, que já está no ar –– www.tiaocarreiro.com.br––, a produção de uma biografia e o desenvolvimento de um museu itinerante do cantor e compositor, que contará a história de sua vida e arte, e deverá chegar a Piracicaba.

Além disso, a gravadora Warner lançará projeto relembrando seus discos de 78 RPM, um deles gravado em 1961, com as músicas “Urutu Cruzeiro” e “Boiadeiro Punho de Aço”.”O site foi nosso primeiro objetivo para chegar até os fãs. Já para o livro estamos na fase de colher depoimentos de pessoas que conheceram o Tião Carreiro para montá-lo o mais breve possível”, revela Alex Marli Dias, única filha do violeiro.

Se Carreiro chegou ao topo do reconhecimento enquanto disseminador da música raiz, isso também se deve à força da mulher, Nair Avanço Dias, hoje com 69 anos. Ambos tiveram uma vida de sacrifícios desde quando saíram de Araçatuba, interior do Estado, onde o ídolo iniciou carreira, em 53.

“A época mais marcante foi quando viemos do interior e ele gravou o disco de 78 RPM. Passamos muitos sacrifícios, mas tinha certeza que ele iria vencer. Tinha fibra e queria mais. Tião é uma bandeira na música raiz”, revela a mulher, sua fonte de inspiração em músicas como “Minha Esposa Vale Ouro” e “Velho Amor”.

Por Piracicaba, onde ganhou título de Cidadão Piracicabano e emprestou nome a um de seus mais famosos cartões postais, a passarela pênsil sobre o rio que ele cantou, o violeiro nutria uma grande paixão. Tanto que além da música “Rio de Lágrimas” (Tião Carreiro e Piraci), perpetuou outro sucesso, “Sou Piracicabano”, outra dobradinha sua com Piraci. “O Tião tinha muitos amigos em Piracicaba, como Craveiro e Cravinho, o (violeiro) Santo Pavanelli e o Paulinho (da dupla César e Paulinho).”

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