Aracy terá UPA ampliada e não hospital, afirma chefe de Gabinete

29/05/2013 23h45 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação

A chefe de Gabinete, Márcia Prata, apresentou o balanço do primeiro semestre das atividades da Secretaria Municipal de Saúde de São Carlos, na manhã desta quarta-feira, 30, na Câmara Municipal. Quando questionada pelo vereador Ronaldo Lopes (PT) sobre a construção de um hospital no Cidade Aracy, Márcia afirmou que a intenção do governo é atender a população em uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) com anexo para internações de curta duração.

A unidade atenderia os casos de baixa complexidade, com aproximadamente 20 leitos. “A alta complexidade requer uma equipe muito maior e qualificada. Então, a gente não precisaria de um outro hospital para atender a necessidade que a região [Cidade Aracy] precisa no atendimento”, afirmou Márcia, em entrevista, após o encontro. “Os casos de maior complexidade ficariam com a Santa Casa, já que estamos aumentando os leitos do hospital”, completou Márcia.

A criação de um hospital no bairro era uma promessa do prefeito Paulo Altomani. Ela afirmou que a UPA atenderia de forma ampliada, com leitos de retaguarda. “Não necessariamente um hospital de grande porte, já que a Santa Casa tem as opções de leito”, frisou. Apesar das afirmações da chefe de gabinete, consta no Plano de Trabalho da Prefeitura de São Carlos, que foi enviado à Câmara, a construção do hospital. A previsão de término da obra é abril de 2015.

BALANÇO – Márcia Prata apresentou os números dos quatro primeiros meses de atendimento na saúde. As consultas especializadas representaram 46.515 dos casos. As consultas em Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Saúde da Família somaram 85,4 mil.

A Unidade de Pronto Atendimento da Vila Prado respondeu por 43.359 atendimentos e 30.988 consultas foram registradas no Hospital-Escola (HE).

Entre exames, procedimentos e atendimento de especialidades o Centro Municipal de Especialidades (Ceme) registrou 31.596 pacientes. De acordo com o balanço, a Santa Casa realizou 3.634 cirurgias em quatro meses.

O município ainda é o principal responsável por investimentos na saúde, com 61,63%. São R$ 25,2 milhões em quatro meses. O Ministério da Saúde responde com 37,14% dos recursos – R$ 15,2 milhões e o Estado de São Paulo 1,23%. Em quatro meses foram investidos R$ 505 mil, o que gerou cobrança dos vereadores Walcinyr Bragatto (PV) e Lineu Navarro (PT) sobre uma participação maior do Estado no emprego de recursos.

“O município faz gestões junto ao governo para ampliar os investimentos na Saúde, inclusive ao tenta trazer o AME para São Carlos”, observou Márcia. Os recursos de custeio do AME ficam entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões.

Vereadores cobram mais médicos e agilidade

A audiência pública sobre a saúde se estendeu por quase três horas, com muitas cobranças dos vereadores. O ex-secretário de Saúde, Edílson Abrantes, acompanhou as apresentações da plateia. A falta de médicos foi o tema central dos debates. O vereador Lineu Navarro (PT) cobrou agilidade na marcação de consultas. Ele comentou casos de unidades de saúde que estão agendando atendimentos para agosto, como é o caso da Vila São José.

Márcia reconheceu o problema e disse que o governo trabalha na reformulação dos valores pagos aos profissionais com o objetivo de atraí-los ao serviço público. “A rede de saúde tem 150 médicos, que atendem de 15 a 20 horas semanais. Negociamos a ampliação da carga horária para suprir a demanda”, acrescentou.

Outra cobrança se refere à instalação do Centro de Atendimento Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS-AD 3). A unidade é necessária para atender a uma população acima de 80 mil habitantes e tem sido pedida pela Defensoria Pública. Márcia confirmou que o município faz gestões junto ao Governo Federal para obter a unidade.

Sobre a inclusão de São Carlos no projeto “crack, é possível vencer”, do Ministério da Justiça, a chefe de gabinete da Prefeitura diz que o plano de trabalho está pronto e São Carlos deve se inserir do programa nos próximos meses.

O único vereador a defender o governo foi Lucão Fernandes (PMDB). Ele reconheceu os esforços dos outros prefeitos e cobrou um pouco mais de tempo para que os resultados comecem a aparecer. “Precisamos dar um tempo. Estamos há menos de seis meses de administração e o que se vê é que a Prefeitura tenta acertar”, observou.